sexta-feira, 31 de março de 2017

Dia 02 de Abril - Dia Mundial da Conscientização do Autismo

O dia da Conscientização do Autismo foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) com a finalidade de alertar a sociedade e governantes sobre esse transtorno que afeta o desenvolvimento do cérebro e que atinge cerca de 70 milhões em todo mundo. No Brasil, a estimativa é de 2 milhões de autista.
            O Transtorno do Espectro Autista (TEA) está classificado dentro do grupo de Transtornos do Neurodesenvolvimento, segundo a DSM V (Manual Diagnósticos e Estatístico de Transtornos Mentais). As características essenciais do transtorno do espectro autista são:
- Prejuízo persistente na comunicação social recíproca e na interação social
- Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesse ou atividades
- Esses sintomas devem estar presentes desde o início da infância
- Esses sintomas limitam ou prejudicam o funcionamento diário.
            Contudo, pessoas com diagnósticos do espectro do autismo podem apresentar também habilidades e talentos especiais.
E apesar do diagnóstico em comum, são pessoas com suas particularidades. Se valorizarmos o que eles têm de habilidades, podemos auxiliá-lo em suas dificuldades.
            Atualmente, as opiniões e conceitos sobre as pessoas com qualquer tipo de deficiência e/ou transtorno que de alguma maneira possam ser limitadas à participação ativa de modo funcional, tem sido encarada sob nova visão. Antes, as barreiras estavam nessas pessoas, no entanto, tudo era feito para fazer da pessoa atípica o mais próximo da pessoa típica possível. Hoje em dia, com a evolução de informações e pensamentos esse conceito nos traz a possibilidade de encarar essas pessoas capazes de atuar de forma diferente, tendo um sistema neuro biológico preparado para isso. No entanto, nosso papel é acima de tudo, respeitar esses indivíduos, suas condições, seu tempo, seu modo de aprender e atuar. E, em paralelo a isso, dar maiores condições para o seu desenvolvimento.
A informação e o conhecimento são essenciais, tanto para a família, quanto para os profissionais, pois essas crianças/adolescentes precisam do estímulo correto, de um meio seguro e pessoas conscientes.


terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

      



 A avaliação psicopedagógica é um processo fundamental para que o profissional possa conhecer seu paciente e ter em "mãos" dados importantes como o perfil cognitivo, ritmo de aprendizagem, condições acadêmicas.
Nessa etapa, o profissional deve contar com a observação clínica, provas qualitativas e quantitativas, coleta de dados da anamnese, para então, ter subsídios de elaborar um relatório completo e fechar uma boa avaliação. Todo esse processo merece cuidado e atenção, pois, além de influenciar na "vida" desse sujeito, você, como profissional terá bons dados para a intervenção (que deve ser pontual às necessidades de cada aprendente).
Contudo, a avaliação torna-se um processo essencial e por mais que se tenha experiência, sempre que se tem um paciente novo, tudo parece ser novo. Ao elencar as provas e testes deve-se seguir um protocolo, porém, pensando também nas possibilidades daquele sujeito. E, conforme resultados encontrados a cada sessão de avaliação pode-se também incluir novos instrumentos de investigação.
   Na Epistemologia Convergente, costumo seguir este protocolo, tendo em média de 8 a 10 sessões para avaliação:


EOCA

Técnicas Projetivas

Técnicas Projetivas

Provas Operatórias

Provas Operatórias

Provas Pedagógicas qualitativas

Testes (TDE ou IAR)

Testes (Linguagem oral/escrita/Aritmética)

Anamnese
10ª

Devolução/Relatório

Portanto, esse protocolo não é engessado, vou acrescentando ou modificando alguns instrumentos, dependendo das observações ou resultados obtidos em cada sessão.
   Uma avaliação bem feita depende também da postura do profissional, que sem dúvidas, deve ser ética, responsiva, passando tranquilidade e segurança para o avaliando.
O ambiente de avaliação faz toda diferença! Quando a criança/adolescente se sente livre de qualquer julgamento, sente-se segura para por em prática o que realmente sabe (evidências de observação clínica mesmo). O ambiente físico em si deve ser o menos "poluído" possível, sem muitos distratores, além de ser tranquilo e confortável.
    Enfim, a avaliação psicopedagógica é um processo importante, pois todo o restante depende dela! Todo o trabalho de intervenção subsequente deverá se basear nos resultados encontrados na avaliação e descritos no relatório.








terça-feira, 3 de janeiro de 2017

ANAMNESE - UMA ESCUTA PSICOPEDAGÓGICA


    A anamnese é uma entrevista com os pais ou responsáveis pela criança/adolescente, onde são resgatadas, principalmente, os dados da gestação, nascimento, desenvolvimento motor, linguagem oral, vida escolar entre outras informações importantes que auxiliarão o profissional no processo de avaliação.
    Na Epistemologia Convergente, a anamnese deve acontecer na última sessão de avaliação, pois o terapeuta deve estar "livre" de qualquer informação pronta a respeito do sujeito e avaliá-lo com "olhos" e "escuta" psicopedagógica, não carregando qualquer bagagem ou rótulo que possa interferir nesse processo.
    A sessão deve acontecer em um ambiente calmo, tranquilo, garantindo toda ética e sigilo por parte do profissional. É um momento delicado, pois muitas vezes, a família revela informações importantes, resgata histórias de emoções, como gravidez, nascimento, fatos marcantes na infância, enfim, por isso é essencial que esse terapeuta mantenha sua postura ética e profissional, passando segurança para quem está do outro lado.
    A coleta de dados é parte imprescindível para um bom relatório de avaliação. É o fechamento desse processo. No entanto, muitas decisões de encaminhamentos a outros profissionais são fechados a partir do resultado da anamnese.
     A anamnese é marcada pela "escuta" psicopedagógica, atitude tão falada, principalmente na teoria da Epistemologia Convergente. É a postura de ouvir uma história, sem julgamentos morais, mas como parte da avaliação, se tornando um eficiente instrumento para "entender" a história do paciente, principalmente seus vínculos familiares, seu comportamento com os outros (parte do tripé da teoria da Epistemologia Convergente).